Diversão meio atrapalhada!
imagem daqui
Eram quatro. Um casal para cada espécie, mas sabiam-se lá, presos, entre alpistes e sementes de pimentão. Eram a diversão para toda hora, estivessem piando, dormindo, comendo, namorando ou brigando, as crianças faziam da sensação de ter um bichinho quase uma sessão circense.
Quando chegavam da escola a primeira coisa que faziam, antes mesmo de largar as mochilas, era olhar os passarinhos e interagir com eles. Nunca souberam se eles, de fato, sabiam delas, mas elas não tinham dúvida da presença que eles tinham em suas vidas.
Mas um dia essa presença foi silenciada pela certeza do fim. O casal amarelinho não era mais um casal, a fêmea partiu e deixou seu macho e duas crianças carentes. Deitada no fundo da gaiola com o seu companheiro ao lado era preciso decidir o que fazer. Mas e o que fazer? Quando um passarinho morre qual é o destino digno para ele? Não sabiam, nunca haviam passado por isso. Na verdade o que seria motivo para uma grande tristeza virou uma grande indagação infantil.
Pensando em todas as possibilidades dentro de um mundo de opções ingênuas foi o pai quem decidiu que a Amarelinha iria para a lata de lixo do prédio. Mas não seria pelo fato de parecer apenas ser jogada fora que não fariam um enterro com pompa e circunstância.
O primeiro passo era tirá-la de dentro da gaiola e entre bicadas, voos desesperados e olhares nervosos do macho, ela foi enrolada no papel higiênico por várias e várias vezes até todos terem a certeza de que não fugiria. Depois foram, em procissão, até a lixeira do prédio e o enterro foi concluído.
Questão resolvida. Em parte, pois nos dias seguintes o Amarelo ficou muito sozinho. Decidiram então que ele teria uma nova família e colocaram junto ao outro casal. Só que tudo virou uma lambança. O macho queria a fêmea que já era do outro, este por sua vez para lavar a sua honra e marcar território, brigava com o dobro do seu tamanho, pois a fêmea era dele, viu primeiro. E a fêmea... Essa gostava de ser disputada e dava bola para os dois que não entendiam a jogada feminina.
Até que o pássaro sozinho virou acompanhado e o casado foi esquecido de vez. Com a depressão morando agora em outra ave o destino seria a liberdade. Num ato de agonia em decidir logo a sorte dos trapalhões, abrir a gaiola pareceu o mais rápido a fazer. Só nunca souberam se a algazarra continuou, ou se outros atrapalhados surgiram no caminho deles.
Texto de Sheila Mendonça
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PROMOÇÃO DE CABRA CEGA NA CARLOS LIVRARIA, CONFIRAM! ;)
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ATENÇÃO: O Plágio é crime e está previsto na Lei nº9610 sobre direitos autorais!
Oiee to passando pra te deixar um beijo, e te desejar um lindo domingo amei o post flor.
ResponderExcluirNa vida da gente também bem que acontecem dessas atrapalhadas né She...... Maira que era de Joaquim que casou com não sei quem, que gosave de beltran...kkkk.
ResponderExcluirGostei do seu conto e do amor dos pássaroa.
Beijos!!!
Uma vez soltei meu canário, abria gaiola e disse para ele ir... demorou, mas ele foi. Na verdade queria mesmo era me soltar.
ResponderExcluirBelo texto.
Beijo
Olá Ju, obrigada querida, excelente semana pra vc! ;) Beijo, beijo!
ResponderExcluirÉ verdade mesmo Carlinha, nem tinha pensado nisso, foquei tanto nas aves, mas é a mais pura verdade o que vc disse... ;)
ResponderExcluirBeijo, beijoooooo!
Ahhhhh Carol que bela observação e análise, adorei! Obrigada e beijo, beijo!
ResponderExcluirLindo texto menina!!
ResponderExcluirNada mais fascinante que a liberdade não é??
Livre e feliz!!
Uma linda semana de muita paz e alegrias para ti.
Bjos!!
Tem selinho ENGENHOLITERARTE para você no Arca. Está em Mimos 2011. Espero que goste. Beijos.
ResponderExcluirOi She, tudo bem?
ResponderExcluirGracinha de história, liberdade é essencial pra qualquer um, homens ou animais.
Muito obrigada pelo comentário carinhoso sobre minha filha.
Beijo e boa noite.
Adorei o texto...
ResponderExcluirBeijo e boa semana
Helena
She!
ResponderExcluirQue graça de conto! Fez-me lembrar quando morreu meu periquito azul chamado Peter e enrolei-o também no papel higiênico macio e coloquei-o numa caixa de papel pequena. Enterrei-o nos fundos da casa, numa área de terra e plantas. Acho que ficou bem acomodado, tadinho! Ele morreu num inverno rigoroso daqueles na serra.
um beijo grande, carioca
Tadinho do que ficou sem a companheira, mas a vida é assim, os mais fortes sempre vencem, é a lei da natureza,mas quem sabe logo ele arranja outra
ResponderExcluirNessas histórias sempre podemos tirar lições né amiga?
Beijos no coração!
Você me trouxe a lembrança do meu último passarinho a Gabi, quando ela morreu enterrei-a em um vaso aqui de casa, parecia enterro de verdade, todos estavam presentes, marido(couveiro), eu, filhota e minhas 3 cachorras... rsrsrs... até florzinha plantamos por cima dela e eu me acabei de chorar...
ResponderExcluirBeijos
Oi she.
ResponderExcluirEntre tapas e beijos eles vão marcando território,rrsrs, e pra acabar com esta briga era mesmo o melhor a fazer, abrir a gaiola e deixa-los livres... Um belo texto. Uma ótima semana pra você.Bjs.
É verdade Chris, a liberdade é a melhor coisa que existe, poder ir e vir não tem preço! Beijo, beijo querida! ;)
ResponderExcluirQuerida Maria, obrigada por estar sempre lembrando e me indicando, já peguei e coloquei em meu sidebar que é o lugar de maior destaque. Adorei! Beijo, beijoooo!
ResponderExcluirOi Cissa, obrigada minha querida! Que bom que gostou, de nada! ;) Beijo, beijoooo
ResponderExcluirQue bom Helena, obrigada, excelente semana pra vc tb, beijo, beijo!
ResponderExcluirAhhhhh querida Beth, pois dá uma peninha, né?! Tadinhos! Que bom que gostou do conto, obrigada e beijo, beijo! ;)
ResponderExcluirSim, querida Isa, vc tem toda razão, algumas lições sempre aparecem, nem que sejam entrelinhas, obrigada e beijo, beijo! ;)
ResponderExcluirAhhhhh Fabi, mas é triste mesmo ver os nossos bichinhos partirem... Beijo, beijo e obrigada por compartilhar a sua experiência! ;)
ResponderExcluirOlá Esplendor, é verdade, foi o melhor a fazer, tomara! ;) Beijo, beijo e obrigada!
ResponderExcluirBoa tarde, querida amiga Sheila.
ResponderExcluirMenina... Que triste relato!! Além de você escrever bem demais, esse episódio teve de tudo...
Lembrei-me de um filme americano, que o caçula dos doze filhos, tinha um sapinho. Na hora do enterro, o pai faz um discurso, etc.
Bicho de estimação mexe muito, com as emoções da gente. Na convivência, eles viram nossos filhos.
Tomara que todos que você soltou, estejam bem.
Muito obrigada pela sua gentileza e carinho.
Beijos, beijos, e beijos!
Oi Amiga Querida!
ResponderExcluirSaudades de vc!
Passando para deixar meu beijo e meu carinho!
Sil
Hahahaha...adoreeei, pobre passarinho cornudo,essas mulheres sao fogo..rs!!
ResponderExcluirShe,uma história triste,pois é triste demais quando morre um passariho e,ao mesmo tempo,divertida pela confusão que fizeram na gaiola!Adorei o final quando soltou os passarinhos!Espero que sejam felizes!Bjs,
ResponderExcluirAté na vida dos pássaros, estas coisas acontecem... Um beijo.
ResponderExcluirMeu novo Blog: www.nocaminhodaspalavras.blogspot.com
Passando, passarinhando e refletindo sobre a vida com o conto dos pasaros. Bjs
ResponderExcluirOlá querida Amapola, ah muito obrigada por palavras tão carinhosas, que bom que gostou do conto. É verdade ele é triste mesmo pq como você bem disse animais de estimação mexem mesmo com a gente... São nossos filhinhos sim... ;) Beijo, beijo!
ResponderExcluirOi, She!
ResponderExcluirQue texto bacana! É emocionante a histórinha, e o desfecho bem criativo. Adorei.
Quero adquirir o livro Cabra Cega, mas, estes dias estou "apertada". Logo, logo faço meu pedido, ok?
Beijos
Socorro Melo
Oie Siiiiiiiiiiil, saudades também, minha querida, beijo, beijooooo! ;)
ResponderExcluirHahahahahahahahahahahahaha muito bom Tati! É a mulherada tá que tá, até na bicharada...hehehe Beijo, beijoooooo Lindona!
ResponderExcluirOi querida Anne, isso já faz tanto tempo, eu era criança, mas acredito que eles tenham sido felizes sim e hj em dia os filhotes estejam aprontando por aí...rs Beijo, beijo e obrigada!
ResponderExcluirÉ verdade Élys, ah que legal, estou indo aí agora mesmo conhecer, beijo, beijo!
ResponderExcluirOi July, que bom fique à vontade, adorei o trocadilho...rs Bjo, bjo!
ResponderExcluirOlá querida Socorro! Fique à vontade, agora pela internet o Cabra Cega está em duas opções, pelo Clube de Autores e pelo Carlos Livraria, qualquer dúvida é só falar comigo. ;) Obrigada, que bom que curtiu o meu texto, beijo, beijo!
ResponderExcluirOlá She,
ResponderExcluirprimeira vez visitando seu blog.
Adorei o conto dos passarinhos e principalmente da conotação meio sensual que o mesmo transmite.
LIBERDADE É A PALAVRA DE ORDEM SEMPRE!
voltarei!